quinta-feira, junho 25, 2009

Ligações do além

Tem coisa mais chata do que uma ligação por engano recebida pelo celular? A proporção que um erro na digitação de apenas um número é incalculável. Na época dos quase extintos telefones residenciais, ainda era aceitável quando alguém ligava por engano, até porque muitos nem tinham como digitar ainda. Vamos às situações:

A mais irritante é quando uma pessoa te liga e ainda te pergunta, cheia da razão, quem está falando pois tinha uma ligação deste número no celular dela. Só que detalhe: você simplesmente não fez ligação nenhuma! Nunca viu o número daquela criatura. E como pode o seu número ter aparecido no aparelho deste outro alguém que está do outro lado da linha, afirmando que tem uma chamada não atendida no seu aparelho? Partimos do princípio que a pessoa simplesmente apertou “no verde” para retornar a ligação, então, como explicar isso? E para completar, ainda te enche de desaforo e desliga o telefone na tua cara.

Outra é aquela quando tem uma chamada não atendida no seu telefone e você não conhece o número. Aí nesta hora passam mil coisas na cabeça: pode ser uma ligação de trabalho, ou então o namorado ficou sem bateria e pegou um telefone emprestado para te dar o recado, ou ainda pensamos na família, vá que tenha acontecido alguma coisa com alguém. Uma ligação pode significar infinitas coisas, só mesmo atendendo para saber, ou então retornando para matar a curiosidade e acabar com a agonia dos mil pensamentos que estão na cabeça. Aí a gente retorna. E a pessoa que atende diz que não ligou e que nem te conhece. Mas como? Como isso pode acontecer? Se está ali, salvo na memória e você está vendo que a pessoa ligou? E essas ligações acontecem exatamente quando tu não pode atender, ou no cinema, ou numa reunião, ou ainda na madrugada, quando tu nem escuta o toque do celular. Aí fica com aquela pulguinha atrás da orelha, que depois de uns dois dias acaba passando e a gente esquece.

Mas também tem aquela que sempre ligam e pedem pelo nome da mesma pessoa. No meu celular procuram, há dois anos, insistentemente, por uma tal de Otília. Eu, no início, dizia com a maior educação que não existia nenhuma Otília e que este celular era meu já há algum tempo. Mas as ligações não terminaram. E as pessoas repetiam o número do celular e era o meu mesmo! E aí? Ou esta tal de Otília ta espalhando meu número por aí para me sacanear? Este nome me cheira ao de uma pessoa mais experiente, vamos dizer assim. Acho que ela não faria isto. Ou então por causa da idade que parece carregar no nome esquece do número dela e dá o meu! Esses dias perdi a paciência e disse que a Otília morreu. Pude notar o choque que a pessoa do outro lado teve com a falsa notícia. Chegou a me dar uma pontada de arrependimento. Mas pelo menos, depois disso, as ligações diminuíram bastante.

quarta-feira, junho 24, 2009

Amar alguém

Fico pensando nas causas que fazem as pessoas amar alguém. E que conseqüências isso pode causar na vida delas. Sim, quando nos entregamos a alguém, tem que ser de corpo e alma. De coração e de cabeça. De verdade e com sinceridade. As vontades mudam, as prioridades também. O sorriso é mais estampado no rosto e o mau humor dura poucos instantes (quando dura). Tudo parece um mundo de fantasias quando nos apaixonamos e acreditamos encontrar o nosso verdadeiro amor. E como saber a validade deste amor? Como saber que é realmente o verdadeiro amor?

Amar alguém é esquecer de limites. É passar por cima de ideais e de regras que na verdade nunca existiram, só não encontraram as pessoas certas para fazer com que elas se anulassem. Para amar alguém não basta só querer, tem que aprender, que lutar e principalmente entender a outra vida, muitas vezes bem diferente da sua. É saber dizer sim, mesmo quando a mente diz não. E também dizer não quando o coração pede por um sim. É saber concordar mesmo discordando. É saber ser forte no momento mais difícil e deixar a lágrima cair para estampar o que diz dentro do peito.

Para ser amado, primeiro é preciso saber amar. O amor não é um sentimento egoísta, e é muito melhor quando é recíproco. São pequenas coisas com outras bem grandes que justificam a importância de amar e ser amado. É saber entender quando o outro alguém precisa da tua presença, mesmo que em silêncio. Quando ele quer chorar, o primeiro ombro é o teu. Quando ele quer contar uma novidade, a primeira ligação é pra ti. Parece simples. Só basta se entregar.