quinta-feira, setembro 09, 2010

Prazeres e desprazeres de morar sozinha


Há cinco anos tenho o prazer de morar sozinha. De viver como muita gente – que ainda mora com os pais – sonha e deseja viver. Confesso que é maravilhoso. Que não tem preço. Porém, como tudo na vida, tem seu lado não tão bom assim. Mas o melhor é que cada situação que acontece te serve de lição. E, muitas vezes, te rende boas risadas. Vou escrever situações em que a pessoa está sozinha e que o namorado – no meu caso – não está junto.
Vamos a elas: O (P) é do Prazer e o (D) do Desprazer.

P: Chegar em casa louca por um banho e demorar quanto tempo quiser no chuveiro, sem ninguém reclamar.
D: Lembrar que a toalha está no varal e ter que sair pingando do banho. Pior, no inverno gaúcho.
D2: Levar um susto com o valor da conta do luz no fim do mês.

P: Chegar exausta do trabalho, se atirar na cama e capotar.
D: Lembrar – naquela fase boa de transição do sono - que não chaveou a porta e que as janelas estão escancaradas.

P: Comer o que quiser, na hora que quiser, onde quiser, como quiser.
D: Querer comer “o que se quer” e descobrir que só tem duas opções: Miojo e bolacha água e sal.

P: Guardar as coisas no lugar que VOCÊ achar melhor.
D: Não ter para quem perguntar onde está algo que VOCÊ guardou e não lembra.

P: Brigar com o namorado e chorar sozinha se olhando no espelho.
D: Não ter um colo de mãe/pai para chorar.

P: Ser a única pessoa que pode entrar na sua própria casa, pois só você tem a chave.
D: Perder a chave e ter que gastar uma nota no chaveiro, pois não há como fazer apenas uma cópia.

P: Comprar os móveis que achar que combina com o seu jeito.
D: Não ter como receber os móveis, pois trabalha o dia inteiro.

P: Tirar férias e simplesmente bater a porta.
D: Voltar e ver que as plantas não resistiram à sua ausência, pois elas não tem como se molhar sozinhas.

P: Deitar no sofá da sala de pijama e deixar o vento bater no rosto.
D: Entrar uma barata imensa e voadora e não ter quem matar a infeliz.

P: Dormir e acordar a hora que quiser.
D: Não ter a mãe/pai pra te sacudir e te chamar para não perder a hora.
D2: Nem ter mãe/pai pra te cobrir quando estiver toda encolhida de frio.

P: Comprar comidas diferentes e arriscar receitas.
D: Não tem a menor graça cozinhar pra si mesmo.

P: Deixar as roupas e a louça para arrumar quando der na telha.
D: Quanto mais acumula, pior é de arrumar.

Eu tenho vontade de escrever tanta coisa que faria uma lista ainda maior. Mas posso afirmar que de todos os desprazeres, o maior prazer continua sendo o simples fato de morar sozinha. É uma delícia.