segunda-feira, agosto 29, 2011

O dia do parto


Segunda-feira, 8 de agosto de 2011. 22h29min. Uma noite chuvosa, não muito fria. Este foi o dia mais importante da minha vida.

A espera pelo grande dia era imensa, parecia que nunca ia chegar. Até que acordamos, nos olhamos, e falamos: É HOJE! Estávamos loucos para ver a carinha do nosso Vitor, ouvir o chorinho dele, sentir o cheirinho... As malas já estavam arrumadas há meses. A casa toda organizada para podermos sair tranquilos. Depois do almoço, a mamãe foi para o salão arrumar o cabelo e o papai foi para a academia, pra ficar mais forte para a noite que se aproximava. Sim, precisávamos espairecer. E assim tentamos fazer.

De volta pra casa, o relógio marcava 17h...e nada do tempo passar. Sentados na sala, com uma ansiedade enorme, conversávamos sobre bobagens. Até que 19h30 chegou e saímos de casa, rumo ao Hospital Divina Providência.

E ficamos lá, junto com meu pai e com a mãe do Rafa esperando o tempo passar mais um pouco. Quando cheguei na sala de espera da maternidade e vi os bebês recém nascidos pela janelinha, não segurei o choro. Sim, o nervosismo aumentou naquele momento. Daqui alguns minutos o meu filho que estaria ali e todo mundo estaria olhando pra ele.

Até que lá pelas 21h30, me chamaram. Nesse momento eu já suava frio e nem raciocinava muito bem. Sala de preparação, verificação de pressão, depilação, acesso na mão...tudo estava sendo arrumado para a hora H. No meio desse nervosismo todo, o Rafa entrou na sala para acalmar um pouco o choro que estava engasgado. E acalmou.

Então, chegou 22h. E me levaram para aquela sala iluminada, cheia de técnicas de enfermagem abrindo os instrumentos e um montão de adesivos colados no meu peito. A temida anestesia nem doeu tanto e logo eu não sentia mais minhas pernas. Confesso que quando deitei, olhei pro teto e respirei fundo, me deu uma vontade de sair correndo. Naquele instante eu mudei minha vida. Pensei comigo: sou corajosa e tudo vai dar certo. Meu filho vai nascer lindo e saudável. E eu não vou ter medo de nada. Nisso, eu que achava que a minha médica estava apenas conversando comigo, ela já cortava a minha barriga. E chamaram o papai porque o pequeninho estava chegando.

“É cabeludo, eu tô vendo a cabecinha dele”. Quando a médica disse isso, meu coração mais do que disparou. E o Rafa falou com o sorriso mais lindo do mundo estampado no rosto: “Grazi, o nosso Vitão nasceu! Ele é lindo!” E eu desabei chorando de tanta felicidade. Só de lembrar já dá vontade de chorar de novo. E então me mostraram o meu anjinho, ainda sujinho, mas com uma carinha linda! Um trovão muito alto estremeceu todo o hospital. Tenho certeza que foi Deus que fez questão de nos mostrar que ele estava bem acordado, nos mandando o maior anjo de nossas vidas.

O chorinho dele ecoou nos corredores. Brabo, queria arrancar os cabelos. E ele só se acalmou no momento que encostou no meu peito e sentiu meu calor. Meu Deus, que momento mágico. Daquele instante em diante, nada mais tem tanta importância pra mim do que ter meu filho comigo. E assim está sendo desde o dia 8 de agosto. Meus dias são totalmente dedicados para o Vitor. Minha vida é pensada em função da dele. E o meu coração é ainda mais recheado de amor, felicidade, cuidado e muito carinho. E recém passaram-se 21 dias.