sexta-feira, setembro 16, 2011

Eu te amo!

Uma mãe que adora ler e se depara com um texto desses, faz questão de reproduzi-lo.
Um dos textos mais legais que já li em toda a minha vida. E a mais pura verdade.
É muito bom dizer para o meu filho "Eu te amo"...e assim vai ser durante toda a nossa vida.

Segue o texto da Denise Fraga, publicado na edição de setembro da Revista Crescer. Vale a pena ler:

Eu te amo

“Como meu pai gostava de mim!” Foi o que um amigo nosso falou certa vez, revelando-se surpreso com o tamanho do amor que sentia pelo filho. Só agora ele entendia. “Então era isso?! Era então isso que meu pai sentia e que o fazia fazer todas aquelas coisas?!”

Costumamos dizer aqui em casa que é um amor que dói. Dói. Dói de tamanho. Dói de tanta felicidade. Aquela que faz bater seu coração só por ter a mãozinha dele em seu pescoço e aquela outra, imensurável, a felicidade que você quer que ele tenha na vida. É um amor muito grande e uma experiência da qual só se tem ideia vivendo. Por mais que você tenha ouvido falar do tal “amor de mãe”, é só quando ele te assusta pelo tamanho que você realmente o compreende. E, como um seresteiro apaixonado debaixo da janela, desata a fazer declarações de amor ao seu filho. “Eu te amo.” Acho que se alguém nunca disse isso na vida, ou costuma se constranger ao falar frase tão batida, parou pelo menos no “eu t...” por puro impulso provocado por um pequeno. É muito bom falar “eu te amo”.

Pra quem fala e pra quem ouve. Já falei milhões de vezes nesses 14 anos. Nossos filhos aprenderam conosco a falar e também vão muito bem nas três palavrinhas, mas sei que só entenderão realmente o que estamos dizendo quando sentirem a quentura das mãozinhas dos seus. Amor de pai e mãe tem em sua essência a via única, a felicidade com o bem do outro, o querer que o outro tenha o que houver de mais precioso sem que necessariamente tenha que dividir comigo. São os filhos que nos dão o real sentido do amor. Ele transborda em nós e nos faz falar sobre ele a toda hora. Mas a delícia das palavrinhas acaba nos fazendo até abusar da sua preciosidade. “Beijo, te amo, tchau.” Se não tomamos cuidado, acabamos colocando o “eu te amo” na prateleira do “boa noite”, “tchau” e companhia. Não que todos não venham recheados de amor, mas, apesar de ser muito bom falar o “eu te amo”, para que seja ouvido, ele não pode virar figurinha fácil do mercado. Como tudo na vida, quando é demais, ou enjoa ou não é mais percebido. Fazemos parte de uma geração de pais deslumbrados com a paternidade. Tivemos filhos mais velhos e, na maioria das vezes, por escolha. Mas sinto que precisamos ter cuidado pra não onerar nossos pequenos com tanto amor. Mesmo assim, vou derramando numerosos “eu te amos” por aqui. Crio até algumas variantes pra incrementar: “Sou tão feliz por ser sua mãe!” Ou: “Quando eu brincava de boneca, não podia imaginar que ia ter filhos tão legais”. Mas bem sei que palavras não são exatas declarações de amor. Declaração de amor é quando eles percebem a minha brilhante felicidade na companhia deles, minha alegria com a sua felicidade. Declaração de amor é um momento, uma risada, um olhar que seja, que nos inunda de cumplicidade. Aí pode vir o silêncio, que tudo estará dito.
Eu te amo.