segunda-feira, abril 30, 2012

Viajar é arriscar: arriscar ser feliz!


Fiz esse texto para participar de uma revista, contando sobre uma viagem inesquecível em família. Gostei tanto, que resolvi postar. 


Viajar é arriscar: arriscar ser feliz!

Sabe quando todo mundo é contra uma decisão sua? Quando parece que o mundo conspira e diz que você só pode estar louca? Estes foram alguns dos motivos que me deram ainda mais vontade de curtir férias em Salvador, acompanhada do meu maridão e do Vitor, que no dia do embarque completava 5 meses.

Nossa admiração pela capital baiana começou nas férias de 2009 e lembro como se fosse ontem, quando ainda éramos 2, e projetamos a cena que sonhávamos em viver: voltar prá lá com o nosso filho. E assim fizemos no dia 8 de janeiro de 2012.

A família era toda contra a viagem: como assim, viajar com um bebê tão pequeno, para aquele calorão de Salvador? E se ele se gripar? E se chorar no avião? E se pegar ensolação? Nós, como bons gaúchos, sabíamos que algum contratempo talvez poderia ocorrer, mas como bons parceiros, resolvemos acreditar que tudo daria certo. E assim foi.

Passamos uma semana lá, sob um sol que brilhava todos os dias para completar a beleza da praia do Porto da Barra, nosso refúgio predileto. Sim, estava quente à beça, e nada como uma sombra do “sombreiro”, como chamam guarda-sol por lá, para refrescar nosso pequeno viajante. Um montão de bloqueador solar, um bom chapéu e uma sunga. Era o necessário para o bem-estar dele. Na época, ainda amamentava, então nem água quente era necessário providenciar.

Mas só a beira da praia não era o suficiente para suas primeiras férias. Quem vai à Salvador e não passa pelo Pelourinho, não vale. E o Vitor, claro, foi até lá (com chuva ainda por cima), andou no elevador Lacerda, escutou um bom axé e só faltou fazer sinal da cruz em cada igreja que passava. Se ele incomodou? Nem por um momento. Quando tinha sono, dormia no canguru. E se estava bem alimentado, era só sorrisos. Quando o braço da mamãe cansava, a “cacunda” do papai era a solução. Lá de cima, ver aquela beleza toda é ainda mais legal.

O Vitor conquistou os vendedores de queijo coalho, de acarajé e de camarão. Os recepcionistas do hotel quando avistavam aquele carrinho vermelho, já vinham até o nosso encontro para ajudar a subir as escadas. A garçonete no café da manhã, todos os dias, recebia um lindo sorrisão do nosso “guri”.

A ida e a volta no avião, que eu tinha medo da pressão nos ouvidos, não poderia ser melhor. Amamentei na hora da decolagem e o pequeno nada sentiu.

Essa experiência serviu de lição e nos ensinou o que é instinto materno e paterno. Escolhemos criar nosso filho sem medo, sem frescuras e do jeito que nós achamos que vai ser o correto. Nestes quase 9 meses, estamos acertando. E se Deus quiser, assim sempre será, ao longo de muitos e muitos anos.

terça-feira, abril 24, 2012

Mãe-jornalista: minha doce e feliz realidade


Aquela velha história de que ser mãe é uma profissão, é a mais pura verdade. Mas no meu caso, não bastaria. Alguns meses depois que o Vitor nasceu, eu precisava voltar a minha antiga e louca paixão de escrever, de ler, de interagir com os meios e de pensar em formas de comunicação. Há quase 9 meses ele veio ao mundo. E há quase 5, eu voltei a trabalhar. Desde então, convivo com letras e mamadeiras. Com inspiração em casa e no trabalho.

Penso em quais maneiras vou me dirigir ao público interno da organização na qual trabalho. E também como me fazer entender e conseguir me comunicar com meu filhote. Ah, e claro, em criar pautas para os veículos. A chegada do frio gera uma baita mídia espontânea para a imprensa. E também uma preocupação de mãe se o filho está bem agasalhado.

O Dia das Mães é a segunda melhor data no ano para o varejo. E chove jornalistas querendo informações do comércio e a opinião dos lojistas. Na mesma vibe, meu coração se derrete ao pensar que este será o meu primeiro Dia das Mães com o meu pimpolho.

É um mundo maluco. E apaixonante. Assessora de imprensa tem que estar pronta 24 horas, 7 dias por semana. Alguma semelhança não é mera coincidência. Mãe também tem turno mais do que integral. E quando algum colega jornalista liga, lá pelas 21h, querendo marcar uma entrevista para o outro dia, às 9h? Às 21h é a hora de preparar a mamadeira e colocar o Vitor para dormir. Mas e aí? Meu celular faz parte do mailing dos veículos e isso faz parte da profissão. O que fazer nessa hora? Com uma mão, preparar a mamadeira, com a outra, dar um colinho pro meu filho que está chorando porque tá com fome e sono e, no ombro, apoiar o celular para dar atenção ao pedido de entrevista. Sim, para o espanto de alguns homens, é possível fazer tudo ao mesmo tempo. E deixar todos satisfeitos, com seus desejos atendidos. Não tô dizendo que é fácil, mas aí que entra a parte de ser uma boa mãe e uma boa profissional. E também a modéstia, claro.

Ser mãe e jornalista são duas das muitas profissões que uma mulher pode ter. Isso que aqui, nesse texto, nem entrei no mérito de cuidar da casa, de si e do marido. Mas quer saber? Não quero outra vida não, nem em sonho. Porque aqui, na minha realidade, tá transbordando felicidade.

quinta-feira, abril 19, 2012

O RISO É PERIGOSO


Li este texto do Carpinejar na ZH do dia 17 de abril e adorei. 
Replico aqui para guardar e ler sempre que achar que devo. 


Clarice Lispector beliscava sua amiga Lygia Fagundes Telles quando entravam juntas num encontro literário:

– Não ri, vai! Séria, cara de viúva.

– Por quê? – perguntava Lygia.

– Para que valorizem o nosso trabalho.

Não há mesmo imagem de alguma risada da escritora Clarice Lispector. Em livros e revistas, a cena que persiste é seu olhar desafiador, emoldurado por um rosto anguloso, compenetrado e enigmático. Os lábios não se mexem, absolutamente contraídos, envelopes fechados para a posteridade.

Lispector não mostrava suas obturações, sua arcada para ninguém. Não se permitia gargalhadas para não parecer mulher superficial e leviana.

Ela percebeu que existe um imenso preconceito contra a alegria. Os críticos não a levariam a sério, dizendo que ela não era densa, não inspirava profundidade; acabariam por sobrepor a aparência faceira aos questionamentos metafísicos de sua obra.

Seu medo não era bobo. O riso permanece perigoso. Todos temem os contentes. Falam mal dos contentes.

O riso gera inveja, ciúme, intriga: “Por que está feliz, e eu não?”.

A alegria é malvista em casa e no trabalho, sempre intrusa, sempre suspeita equivocada de uma ironia ou de um sentimento de superioridade.

Ainda acreditamos que profissionalismo é feição fechada, casmurra. Ainda deduzimos que competência é baixar a cabeça e não entregar nossas emoções.

Quanto mais triste, mais confiável. Quanto mais calado, mais concentrado. O que é um tremendo engano.

A criatividade chama a brincadeira, assim como a risada renova a disposição.

Se um funcionário ri no ambiente profissional, o chefe deduz que ele está vadiando, sem nada para fazer. Poderá receber reprimenda pública e o dobro de tarefas. Quem diz que ele não está somente satisfeito com os resultados?

Se sua companhia ri durante a transa, você conclui que está debochando do seu desempenho. Quem diz que não é o contrário, que ela não festeja o próprio prazer?

Se a criança ri no meio da aula, o professor compreende como provocação e pede para que cale a boca. Quem diz que ela não está comemorando algum aprendizado tardio?

Se o filho ri quando os pais descrevem dificuldades profissionais, a atitude é reduzida a um grave desrespeito. Quem diz que ele não achou graça do tom repetitivo das histórias?

Se a esposa ou marido ri e suspira à toa, já tememos infidelidade.

O riso é escravo dos costumes, sinônimo de futilidade e distração quando deveria ser visto como sinal de maturidade e envolvimento afetivo.

Não reagimos bem à felicidade do outro simplesmente porque ela ameaça nossa tristeza.

terça-feira, abril 10, 2012

Grazi no Loucura Materna!

O texto "Dia do Parto", que eu acredito ser o mais emocionante que eu já escrevi, foi publicado no Blog Loucura Materna. É um espaço muito legal, onde tem postagens de várias mamães sobre muitos assuntos relacionados aos nossos pequenos. 


quinta-feira, abril 05, 2012

Grazi no Confessionário!

Tive a alegria de ter o meu texto postado no site Bebê.com. Uma das coisas mais emocionantes foram os comentários das outras mamães, que de alguma forma se identificaram com o meu texto. 



O desmame é da mãe


Há pouco mais de uma semana eu parei de amamentar. Sabia que mais dia, menos dia, isso aconteceria. E foi porque o destino quis, porque chegou a hora. De uma hora para a outra, o leite secou. E naquele dia, eu achei que era coisa de momento, pois tinha trabalhado demais e estava com a cabeça “cheia”. No dia seguinte, como de costume, na madrugada, fui dar um “mamazinho” pro Vitor. E, de novo, não tinha leite. Naquele momento, no meio da noite, não tinha muito tempo pra pensar no que estava acontecendo e preparei a mamadeira e depois dormi.

Mas os dias passaram e eu comecei a me dar conta que o meu pequeninho não mamava mais. E ele foi super bem, parece que entendeu, pois em nenhum momento fez escândalos “atrás do mamá”. Quem demorou um pouquinho pra entender foi mesmo a mamãe aqui. De um dia pro outro, assim, como num passe de mágica, parei de amamentar. Como sobreviver à “distância” do rostinho do meu filho na hora de mamar? Como aceitar que agora ele não “precisa” mais do meu leite? Essas e várias outras perguntas malucas vieram no meu pensamento. Mas me trouxeram respostas ótimas.

Meu filho está crescendo. Meu corpo entendeu isso. Primeiro o corpo, depois a cabeça, mas ok. A natureza é sábia e não deixa as coisas acontecerem por acaso. Hoje, ele não mama mais, mas em compensação, ele dorme segurando minha mão. Hoje, ele toma mamadeira sozinho, mas não tira os olhos de mim nem por um segundo. E é uma graça ver aquelas mãozinhas tão pequenas segurando aquela mamadeira cheinha. Já li em algum lugar que esta é a primeira separação de mãe e filho. Acho que depende de como cada mãe interpreta essa separação. Eu prefiro sempre olhar para o lado bom.

Não vivem dizendo por aí que criamos os filhos para o mundo? Eu quero mais é que o meu explore esse mundão, mame no peito, na mamadeira, no copo, no canudo. Que ele, depois de rolar, engatinhe, levante sozinho, caminhe, corra, tropece, caia, levante de novo, olhe pra frente e seja um vencedor.