quinta-feira, junho 20, 2013

Uma carta para o meu vô

E o exercício da aula do Go, Writers! dessa semana era escrever uma carta. Simples assim. 
Resolvi escrever pro meu velho vô. 




Vô,

O mundo mudou tanto de 15 anos prá cá. E eu lembro de ti em cada vitória e descoberta. Tô casada vô! E também tenho um filho lindo, o Vitor, que completa 2 aninhos em agosto. Idealizo como seria se estivéssemos todos vivendo o mesmo tempo, mas acho que seria impossível mesmo. Tenho diplomas, continuo tomando guaraná e indo na casa da vó Ci como se fosse a minha! Tu nem sabe! A Cida tá prester a ganhar a Duda, minha afilhada e primeira sobrinha! Esses dias comi um galeto que parecia o que tu fazia e, lembra das pelancas que comíamos de monte? Agora não vendem mais no super e é proibido para a saúde.
Como estão as coisas por aí? Aposto que só deve ter velhinhos legais perto de ti.
Sabe vô, que quando vejo o Vitor brincando com o pai, só peço a Deus que ele sinta pelo pai todo o amor que eu senti por ti.
A vó tá bem. Às vezes dá uns sustos, inventa moda, mas vai longe a nossa véinha. A tristeza dela é não poder mais caminhar e acompanhar as travessuras do bisneto. Mas ela mima ele com bolachinhas e guaraná, como vocês faziam comigo.
Sobre a vida aqui, infelizmente não podemos mais ficar sentados na calçada. Agora, o pátio tem grades. A tua rua, que era tão tranqüila, é quase uma avenida! Mas tá tudo bem meu velho. Sou realizada com a vida que o cara lá de cima me deu, rezo sempre prá agradecer e quando vejo a estrela mais brilhante do céu, sei que é tu piscando pra mim.
Vou te amar prá sempre, como nunca amei ninguém.
Beijo da tua flor de formosura.